by MALO CLINIC, terça-feira, 28 de fevereiro de 2023, 08:18
A dor nos maxilares é muito comum e pode surgir por várias razões, ao longo das nossas vidas. É de facto uma dor desagradável que pode causar limitações a abrir a boca, na fala, alimentação e outras competências sociais. Note que este incómodo nem sempre está associado aos dentes e gengivas podendo também surgir como consequência de infeções e/ou inflamações nos ouvidos, articulações e glândulas salivares entre outros.
Embora esta possa desaparecer espontaneamente, não se deve ignorar o problema, pois o seu aparecimento pode ser cíclico e exigir tratamento médico diferenciado.
A mandíbula ou maxilar inferior e o maxilar superior são parte integrante da nossa anatomia facial.
A maxila ou maxilar superior, não é móvel e aloja a arcada dentária superior e a mandíbula ou maxilar inferior, móvel e unida ao crânio através da articulação temporomandibular (ATM), aloja a arcada dentária inferior. Em conjunto com músculos e ligamentos, estes ossos são essenciais para permitir a nossa alimentação, fonética, mímica e muitas outras competências sociais.
1) Bruxismo
O Bruxismo é um distúrbio caracterizado pela contração involuntária e repetida dos músculos da mastigação, resultando no apertamento ou ranger dos dentes. A força gerada pelos referidos músculos excede o limite de tolerância fisiológica, podendo levar a inflamação e danos estruturais nos músculos e nas diferentes estruturas da articulação temporomandibular (ATM). Acresce ainda a possibilidade de provocar um desgaste prematuro e excessivo dos dentes. Estes fenómenos podem originar fraturas dentárias, sensibilidade dentária, dores nos movimentos de abertura e encerramento da boca durante a mastigação e fala e ainda cefaleias (dores de cabeça).
Este fenómeno é certamente um dos principais responsáveis pelas dores nos maxilares.
2) Disfunção da Articulação Temporomandibular (ATM)
A Disfunção da Articulação Temporomandibular (ATM) é definida como um conjunto de distúrbios que envolvem os músculos mastigatórios e estruturas da articulação temporomandibular (disco articular, ligamentos, cápsula articular). Podem surgir como consequência de traumas, bruxismo, alterações degenerativas, etc. A dor e estalidos no maxilar/ouvido, desconforto na face e limitação dos movimentos de abertura e encerramento da boca são muito frequentes neste quadro clínico, podendo variar de intensidade e duração.
3) Dor oro-facial de origem neurovascular
Há um conjunto de patologias, cujo diagnóstico nem sempre é fácil, que advêm de alterações em ramos nervosos ou vasculares da zona orofacial, por trauma ou outras causas, originando cefaleias, dores tipo choque e em salva. Podem ser de duração curta e lancinante ou de intensidade mais moderada e de longa duração. Em alguns quadros clínicos, como na nevralgia do trigémeo, verifica-se uma forte repercussão no quotidiano dos doentes. Falar, rir, lavar a face e os dentes e outro qualquer estímulo comum na zona da face, passam a ser tarefas bastante dolorosas.
4) Cárie dentária
A cárie dentária é a doença mais comum da cavidade oral, atingindo quase 90% da população mundial (OMS) e afetando pessoas de todas as faixas etárias. As dietas ricas em açúcar e a falta de cuidados de higiene oral, são a principal causa do aparecimento de cáries. A cárie dentária caracteriza-se pela desmineralização dos dentes com consequente amolecimento e aparecimento de cavidades. Geralmente têm uma evolução inicial assintomática. Com o passar do tempo, as cavidades tornam-se mais profundas podendo surgir dores espontâneas ou em resposta a estímulos como o quente, frio, doce ou mastigação. Estas dores podem ser intensas e associadas à formação de abcessos, requerendo tratamento dentário de urgência.
As visitas periódicas ao médico dentista/higienista oral, permitem o diagnóstico atempado destas lesões.
5) Dentes do siso
Os dentes do siso são os últimos dentes permanentes a nascer, não havendo geralmente espaço nos maxilares para os acomodar. Durante a erupção de um dente do siso, pode formar-se uma Pericoronarite que é uma forte inflamação e/ou infeção dos tecidos moles que o rodeiam, provocando por vezes dores intensas que requerem medicação e/ou extração do dente.
6) Doença periodontal
Na periodontite e/ou gengivite, por ação das bactérias presentes na placa bacteriana, ocorre uma inflamação gengival, por vezes intensa, com aumento do volume das gengivas, presença de uma coloração mais avermelhada, sangramento e recessão gengival. Embora menos frequente, esta condição pode também provocar dores nos maxilares.
7) Sinusite
As sinusites são inflamações e/ou infeções dos seios perinasais e maxilares, que são cavidades ocas localizadas em alguns ossos da face e que comunicam entre si. Podem originar sintomas semelhantes a dores dentárias no maxilar superior, congestão e cefaleias.
8) Cancro oral
É o conjunto de tumores malignos que afetam a cavidade oral (lábios, língua, pavimento da boca, palato, mucosa jugal, glândulas salivares, faringe e ossos dos maxilares). É o 6º cancro mais frequente estando associado a índices de mortalidade elevados. Podem manifestar-se como úlceras persistentes, lesões que não cicatrizam, mobilidade dentária repentina, dor, alterações/perda de sensibilidade, dificuldades em deglutir e edema.
O seu diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento, pelo que a visita ao médico dentista 2x/ano é de extrema importância.
9) Papeira
A papeira é uma infeção viral das glândulas salivares parótidas, localizadas junto ao ramo da mandibula, abaixo de cada ouvido. Provocam edema nas referidas glândulas, podendo desencadear dor ao mastigar e deglutir. Sendo uma infeção viral, os antibióticos não são úteis para o seu tratamento, devendo ser privilegiada a medicação antipirética, em caso de febre, aumento da ingestão de água e calor húmido na zona. Afeta sobretudo jovens adultos que não foram, em criança, vacinados contra a papeira.
Existem alguns truques que pode fazer para aliviar a tensão no maxilar, tais como:
Não se esqueça que, apesar de poder amenizar a dor, um tratamento eficaz depende de um diagnóstico correto. É, por isso, fundamental agendar uma consulta com o médico dentista para que, em conjunto, possam definir o tratamento mais adequado.
A dor nos maxilares é muito comum e pode surgir por várias razões, ao longo das nossas vidas. É de facto uma dor desagradável que pode causar limitações a abrir a boca, na fala, alimentação e outras competências sociais. Note que este incómodo nem sempre está associado aos dentes e gengivas podendo também surgir como consequência de infeções e/ou inflamações nos ouvidos, articulações e glândulas salivares entre outros.
Embora esta possa desaparecer espontaneamente, não se deve ignorar o problema, pois o seu aparecimento pode ser cíclico e exigir tratamento médico diferenciado.
O Botox® (toxina botulínica) é injetado nos músculos com grande hiperatividade e que por isso provocam dores de cabeça, dores articulares, desgaste dentário e limitações nos movimentos da boca. A injeção vai diminuir a contração muscular e assim controlar os sintomas referidos e diminuir as consequências para a articulação temporomandibular e dentes.
Se sofrer de bruxismo, poderá ser-lhe receitada uma goteira para usar durante o sono. Como, ao contrário do estado de vigília, durante o sono não temos controlo voluntário sobre os músculos da mastigação, a goteira servirá para promover o seu relaxamento e, sendo interposta entre os dentes do maxilar superior e inferior, proteger os mesmos de desgaste e fratura. O relaxamento muscular vai também diminuir a carga sobre a articulação e diminuir assim dores musculares e articulares melhorando o conforto nos movimentos funcionais.
Como coadjuvante de outras estratégias de tratamento, medicação como os anti-inflamatórios, relaxantes musculares, ansiolíticos e antidepressivos podem ajudar a controlar o quadro clinico. Melhorando a qualidade do sono, diminuindo a contração muscular e os mediadores inflamatórios presentes na articulação e músculos em hiperatividade, a medicação pode ser muito eficaz no controlo da dor. Fale primeiro com um médico especializado para que a terapêutica seja ajustada ao seu caso em particular.
A Fisioterapia Orofacial é uma ferramenta muito benéfica no tratamento e controlo da disfunção temporomandibular. Após um diagnóstico aturado que engloba a articulação temporomandibular, os músculos da face e cabeça e a coluna cervical, são realizados e prescritos exercícios e movimentos que visam fortalecer, alongar e relaxar os músculos da mastigação bem como aumentar a mobilidade da articulação.
Consiste na injeção de ácido hialurónico na articulação temporomandibular. Esta substância vai promover uma lavagem, hidratação e lubrificação da articulação, melhorando assim a sua biomecânica e podendo reduzir sinais e sintomas como dor, estalidos e crepitações.
Diferentes abordagens cirurgicas como a artrocentese e a artroscopia podem ser consideradas no tratamento da disfunção temporomandibular. Estas terapêuticas estão reservadas para casos graves nos quais os sinais e sintomas dos doentes são de tal forma dolorosos, duradouros e incapacitantes que impedem a realização da sua rotina diária como comer, falar ou deglutir.
Lembre-se, a dor nos maxilares não deve ser desvalorizada e quanto mais tardio o diagnóstico, mais difícil será o tratamento. Caso sinta algum destes sintomas, a MALO CLINIC dispõe de uma consulta de avaliação, onde pode ter a oportunidade de compreender o seu problema e identificar as possibilidades de tratamento.
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