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Periodontite

Artigo de:
Dra. Ana Ferro N.º 4818/OMD

A importância de controlar a Periodontite com o médico dentista.
A periodontite – ou doença periodontal – é uma condição inflamatória crónica que afeta os tecidos que suportam os dentes, incluindo as gengivas, o osso alveolar e o ligamento periodontal. Esta doença constitui-se como uma fase mais avançada da doença da gengiva – a gengivite –, que se caracteriza pela inflamação e sangramento das gengivas, geralmente causados pela acumulação de placa bacteriana nos dentes e ao longo da linha da gengiva. 

Quando a gengivite não é tratada, a inflamação pode estender-se para os tecidos mais profundos do dente, levando à doença periodontal. Esta é uma condição bastante séria que pode até levar à perda prematura de dentes, caso já se encontre num estado avançado. 

Periodontite avançada tem cura?

A periodontite avançada é o estado mais grave e avançado da doença periodontal, que se caracteriza por uma destruição significativa dos tecidos que suportam os dentes, o que pode levar mesmo à perda da dentição. Por não ser possível repor o osso perdido, a periodontite avançada pode não ter uma cura completa. Contudo, o tratamento adequado pode ajudar a controlar a progressão da doença, aliviar os sintomas, preservar os dentes remanescentes e melhorar a saúde oral a longo prazo.

Mas quais são os sintomas e características mais comuns da periodontite avançada?


  • Dor, inflamação e sangramento gengival: A inflamação e destruição dos tecidos que suportam os dentes podem causar muita dor e desconforto para o doente, resultando, geralmente, no sangramento gengival;


  • Retração da gengiva: Com periodontite avançada, as gengivas tendem a recuar substancialmente, expondo as raízes dentárias e fazendo com que os dentes pareçam mais longos;


  • Formação de bolsas profundas entre os dentes e as gengivas: Com a retração gengival, é comum que se formem bolsas entre os dentes e as gengivas, que se tornam locais propícios para acumulação de placa bacteriana. Além disto, a progressão da inflamação pode condicionar a acumulação de pus nessas zonas, podendo também formar-se abscessos em redor dos dentes afetados;


  • Dentes com mobilidade: Associado à perda óssea, os dentes ganham mobilidade, o que leva a uma maior instabilidade e pode resultar, em casos mais graves, na perda permanente da dentição. Além disso, a falta de estabilidade pode ainda causar dificuldades ao comer, pela incapacidade de mastigar certos alimentos mais rijos;


  • Mau hálito persistente: A presença de infeções e a acumulação de bactérias nestas zonas pode contribuir para um mau hálito persistente, que agrava ainda mais a sensação de desconforto. 

O que causa a periodontite?

A periodontite, e nomeadamente a periodontite avançada, surge quando a gengivite não é tratada, e progride para esta condição mais grave. Contudo, existem outros fatores que podem favorecer o desenvolvimento da periodontite, tais como: 

  • Tabagismo;
  • Diabetes;
  • Envelhecimento natural;
  • Uma má alimentação, especialmente caso haja deficiência de vitamina C, que fortalece o sistema imunológico;
  • Maus hábitos de higiene oral;
  • Alterações hormonais, como as que ocorrem durante a gravidez ou menopausa;
  • Consumo de drogas;
  • Stress, que ao comprometer o sistema imunológico aumenta o risco de doenças periodontais

Mas de que forma podemos controlar a progressão e aliviar os sintomas da periodontite?

Visto que não existe propriamente uma cura para a periodontite avançada, é fundamental procurar controlar a sua progressão e tentar atenuar os seus sintomas, para que as suas consequências não cheguem ao extremo, com a perda de dentes. Assim, após o diagnóstico, alguns dos principais métodos para a recuperação incluem:


1. Raspagem e alisamento radicular: Para remover o tártaro e a placa bacteriana e também impedir o seu crescimento na zona das raízes dos dentes, é fundamental realizar uma raspagem cuidadosa, com o médico dentista ou higienista oral;


2. Cirurgia periodontal: Em certos casos, realizar uma cirurgia periodontal pode ser necessário para corrigir defeitos ósseos, reduzir as bolsas entre os dentes e a gengiva e regenerar certos tecidos. Através deste procedimento é possível, assim, aumentar a espessura da gengiva, conferindo uma maior proteção ao suporte dentário e corrigindo as recessões gengivais; 


3. Enxertos ósseos: Para minimizar a perda óssea à volta dos dentes, podem ser realizados enxertos ósseos; 


4. Prescrição de antibióticos: Em alguns casos, o uso de antibióticos pode ser recomendado para controlar a infeção gengival;


5. Acompanhamento e manutenção periodontal: Após os tratamentos, é essencial seguir de forma rigorosa um programa de manutenção periodontal, que envolve limpezas profissionais frequentes, uma monitorização cuidadosa e instruções para uma higiene oral adequada.

Como prevenir as doenças periodontais: 

  • Garantir uma higiene oral adequada, através da escovagem pelo menos duas vezes ao dia. Além disso, é essencial que o paciente realize uma escovagem focada na remoção da placa bacteriana, utilizando o fio dentário para remover os restos de alimentos que ficam alojados nos espaços entre dentes;


  • Consultar o médico dentista regularmente, realizando exames regulares e limpezas profissionais, que permitirão identificar sinais precoces de problemas periodontais e tratá-los atempadamente;


  • Evitar hábitos nocivos, como o tabagismo ou o consumo de drogas, que estão associados a um maior risco de desenvolvimento de doenças como a periodontite;


  • Manter uma alimentação saudável, evitando alimentos com muito açúcar, que contribuem para a formação de placa bacteriana;


  • Procurar controlar o stress, através da prática de exercício físico ou de técnicas de relaxamento, que poderão atenuar este sentimento e fortalecer o sistema imunológico, reduzindo o risco de desenvolver doenças periodontais.
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